Book Review: Wonder Woman Earth One

ENGLISH TRANSLATION COMING SOON


Olá little swans! Quem estava com saudades de resenhas nerds por aqui? Acredito que a última foi aquela de "Wayne de Gotham", em agosto do ano passado! Hoje vou resenhar um presentinho que ganhei do meu namorado e queria muuuuuito ler, que é o graphic novel e one-shot "Mulher Maravilha Terra Um", escrito pelo famigerado Grant Morrison e desenhado por um dos meus artistas favoritos, o Yanick Paquette. Quando a DC anunciou essa graphic novel, eu fiquei bem ansiosa e demorou muitos anos para ser terminada por causa dos milhares de detalhes na arte do Paquette. Foi lançada em junho de 2016. Eu tenho muito o que elogiar sobre esse quadrinho maravilhoso.

SINOPSE / PLOT:

"Por milênios, as amazonas da Ilha Paraíso construíram uma próspera sociedade longe da influência maligna dos homens. Uma delas, no entanto, não está satisfeita com sua vida reclusa: Diana, a filha da rainha, sabe que há mais no mundo e quer explorá-lo, mesmo que Hipólita, sua superprotetora mãe, não concorde nada com seus planos. A jovem consegue escapar quando o piloto da Força Aérea Norte- Americana, Steve Trevor (o primeiro homem que ela viu na vida), cai nas praias de sua ilha. Com a vida do militar por um fio, Diana se aventura no há muito proibido mundo do patriarcado. As amazonas a perseguem e a trazem de volta para encarar um julgamento, acusada de violar a lei mais antiga das guerreiras: nunca entrar em contato com o mundo que as prejudicou."
"Encompassing the vision of her original creator, William Moulton Marston, Morrison presents a Diana who yearns to break free from her mother and the utopian society on Paradise Island to learn about the forbidden outside world. Her dreams may come true when Air Force pilot Steve Trevor crashes on their shores, and she must defy the laws of the Amazons to return him to Man’s World."

MINHA RESENHA / MY REVIEW:


. O quadrinho:
Apesar da sinopse ser praticamente igual a do filme, não é uma origem exatamente idêntica às anteriores, até porque esse é de um universo alternativo (dica para quem quer começar a ler Mulher Maravilha a partir do filme: "Mulher Maravilha: Deuses e Mortais" da década de 1980, escrito pelo George Perez. Foi uma das maiores referências para o longa e está sendo relançado no Brasil, então está bem fácil de ser encontrado, mas sob o título da coleção "Lendas do Universo DC"). Aqui, as amazonas não tem uma tecnologia primitiva como na maioria das histórias e desenvolveram "gadgets" e meios de transporte bem interessantes. 
No entanto, a "cultura" do bondage é resgatado e relembrado aqui e esse foi um dos pontos que mais me agradaram. No início de suas publicações, as amarrações shibari, algemas e correntes nos contos da Mulher Maravilha causaram certa controvérsia e com o tempo foram sumindo das revistas, mas eu acho historicamente correto considerando que povos primitivos tinham hábitos que hoje são considerados fetichistas, como o da submissão. Além disso, eu penso que causa uma atmosfera estética lindíssima (não é novidade pra ninguém que lê o blog que sou grande fã de revistas fetichistas como a Bizarre e Exotique). Outro ponto muito positivo que me encheu os olhos foi a representação da deusa Hécate, achei inteligentíssima a forma como foi escrita e desenhada, sendo ela uma espécie de juri. 


Continuando com os pontos altos, Etta Candy (que aqui se chama Beth Candy, por algum motivo que desconheço) é um inteligente alívio cômico e espécie de "Elle Woods pluz-size"; ela é líder da sororidade de sua faculdade, adora cor-de-rosa, rainha da balada e é gordinha com orgulho, extremamente positiva em relação ao seu corpo e cheia de amor próprio. Etta já foi reinventada das mais diversas maneiras e essa é definitivamente a minha versão favorita, ela deixa um gosto de quero mais. E interessante ressaltar: Donna Troy aparece como um cameo em algumas cenas, vestindo um traje semelhante ao macacão vermelho de "Jovens Titãs". Vendo os rascunhos de Paquette nas últimas páginas, tive a feliz surpresa de descobrir que ele se inspirou na alta costura para desenhar o lindo visual da Hipólita.
Agora sobre os pontos negativos, tenho apenas dois mínimos: não fica claro como as amazonas desenvolveram sua tecnologia, que é superior a dos homens, e nem como chegaram à esse nível, um furo para a história. O outro "pequeno defeito" é um erro histórico: as amazonas desconhecem a maquiagem, sendo que as mulheres gregas foram uma das inventoras e primeiras a fazerem uso de tintura para o rosto (vindo depois das egípcias, mas usavam). Elas extraíam pigmentação vermelha de óxido de ferro, vinho e rosas, que utilizavam como batom e rouge, então achei bizarro Hipólita estranhar Diana aparecendo com cor nos lábios, levando em conta que o uso da maquiagem é tão antigo quanto as amazonas (especialmente que a Hipólita é uma rainha, e maquiagem era mais frequente ainda para os ricos). Numa civilização de tecnologia tão avançada, por que maquiagem, que existe desde os primórdios da humanidade e começou exatamente ali na região mediterrânea, é tão estrangeiro?
O plot, apesar de simples, sabe prender o leitor e o provocar a vontade de saber a solução final para o julgamento de Diana por ter infringido as regras das amazonas. É uma narrativa até um tanto leve para um autor como o Morrison (conhecido por ser muito complexo em suas obras), também é bem rápida e você pode ler no metrô à caminho do trabalho, por exemplo. Se tornou uma das minhas histórias favoritas da princesa amazona e recomendo a qualquer grande fã - e aos novos também, mas sempre lembrando que é um universo alternativo e não encaixa na cronologia "real", mesmo sendo muito parecida com a origem verdadeira.

NOTA FINAL:

4,5/5
Desconto meio ponto pelos pequenos furos no roteiro e contexto histórico

A continuação dessa graphic novel foi confirmada neste ano na San Diego Comic-Con com algumas prévias que você pode conferir aqui. Quem já está morrendo de ansiedade pelo segundo volume levanta a mão! o/
E isso é tudo pessoal! Beijinhos!

Comments

  1. Adorei a personagem gordinha sem ter lido a HQ hihi
    O traço está bem bonito, mas realmente o lance da make ficou "wtf" õ.o

    Beijos de glitter!

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    Replies
    1. O traço do Paquette não tem explicação a beleza! A Beth Candy arrasa <3

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